Transparências

Transparências

Por mais que os softwares tenham evoluído durante as ultimas décadas o arte finalista ainda tem que se preocupar e corrigir sempre o que tem sido uma das maiores dores de cabeça para parte gráfica, ela se chama transparência. O conceito é simples, qualquer transparência é um efeito no qual o programa esta tendo que administrar e não é apenas uma imagem ou o próprio vetor, ambos acarretam erros que podem ser minimizados ou simplesmente eliminados da arte com algumas pequenas correções.

Existem vários tipos de transparências que podem ser através da imagem ou em cantos irregulares como descrito abaixo:

Transparências através da imagem: o próprio nome já diz, se você consegue ver através desta imagem ou vetor então seguramente existe uma transparência ali que pode ser gerado por algum efeito do próprio programa ou que pode ser da própria imagem.

Muitas vezes a pessoa que quer deixar mais claro um fundo ou um vetor em vez de ir às porcentagens e diminuir usa uma lente ou transparência para tal e não se atentando que por mais que pareça um vetor o resultado final será uma imagem.

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Transparências em volta da imagem: outra forma de transparência é quando temos uma imagem que foi recortada e não apresenta um formato quadrado ou retangular ou que foram giradas e deixou de ter uma borda quadrada, um bom exemplo são bordas arredondadas de uma imagem, e onde se pode ver atrás deste contorno, é uma transparência.

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Transparências geradas por sombras: uma sombra nada é que uma imagem com um canal alfa em degrade, isto é, um degrade onde se começa com uma opacidade de 100% e vai-se diminuindo esta opacidade para chegar a 0% tendo também uma sobreposição forçada (quando apenas 100% no preto) por multiplicação de canais, como é a mais complexa das transparências é a que tende a ter mais problemas.

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O que é o achatamento de efeitos!

Este achatamento ou fusão de imagens consiste em selecionar todos os efeitos, sombras, transparências e qualquer objeto que não seja um vetor puro e converter em uma só imagem localizada na camada mais inferior da arte, esta é uma parte muito critica, pois a desatenção pode fazer com que objetos possam ser eliminados por simplesmente ficar atrás desta única imagem.

Erros que podem acontecer caso não seja feito este procedimento

O erro mais conhecido são linhas brancas criadas automaticamente na hora do fechamento, isso acontece, pois uma das normas do pdfx1a de 2001 diz que não podem existir efeitos, transparências ou qualquer objeto que não seja vetor ou imagem puro (sem nenhum canal alfa), também erros de sobreposição do preto pelo motivo do programa não conseguir fundir o fundo com a sombra e dar a sobreposição adequada a ele.

Vantagens de se aplicar o Flattem (achatamento de efeitos)

O arquivo fica mais leve de se enviar, pois se elimina os excessos e seu envio e manipulação tornam-se mais rápido.

Sobreposições de preto são realmente aplicados para efeitos como sombras, transparências com sobreposição.

Objetos que na confecção da arte que podem estar escondidos atrás de outros objetos são encontrados ou convertidos em imagem e eliminados.

Observações

Quando se aplica uma 5º cor (um ou mais pantones) deve-se tomar o cuidado para nenhum efeito seja mesclado com esta cor especial. Sombras e transparências normalmente fazem com que a área de cor especial seja convertida em CMYK o que acarreta uma grande mudança, isso deve ser pensado no começo da criação da arte.

Existem programas que se comportam melhor quando efeitos são aplicados em pantones, mas isso varia muito de versão e de como foi feito, a regra é que sempre verifique com muito mais cuidado quando se utiliza a cor especial e que quando a arte tiver menos que quatro cores tente trocar a cor especial por uma das cores puras do CMYK tomando cuidado de evitar utiliza o preto, pois ela sobrepõe no fechamento e isso pode criar uma cor totalmente diferente.

O Programa certo para sua finalidade

Com a popularização e a acessibilidade de diversos programas gráficos, hoje praticamente qualquer pessoa pode criar layouts para Publicação, Web e Vídeo, muitos programas acabam convergindo entre estas áreas por terem muito em comum ou que se complementam em algum estagio de sua criação, por esta diversidade hoje em dia esta se criando um sério problema de se acabar utilizando programas que foram planejados para uma função sendo utilizado para outro totalmente diferente, pegamos um exemplo muito atual: o Photoshop.

O Photoshop foi criado com o intuito de se manipular imagens, criar layouts para web ou para impressão digital onde será impressa sem utilizar-se dos passos convencionais do offset, mas ai que mora o perigo, quando utilizado para este fim encontramos diversos problemas que o operador de pré-impressão vai ter que amenizar, mas que vai custar tempo e não se vai chegar a uma qualidade esperada, ficando abaixo do que um programa que realmente foi projetado para este fim.

Os problemas:

existem vários pré-requisitos para poder se finalizar um arquivo que um programa feito para imagem não tem, que são:

Sobreposição de preto: programas de vetores e de DTP esta função é quase que nativa, pois normalmente o texto em vetor ou em fonte tem que ser sobreposto (quando em preto 100% K) para que na separação da chapa não fique com filetes brancos em volta do mesmo, fazendo com que a leitura seja seriamente prejudicada. Neste programa (photoshop) existem maneiras de se fazer esta sobreposição, mas ela demanda um tempo considerável, pois terá que ser aplicada um a um, e em certos casos fica inviável.

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Vetores: uma das maiores inovações do DTP, quando feito em um computador, foi à criação de vetores, isto é, imagens geradas a partir de cálculos matemáticos que não estão associadas a uma resolução fixa, ela pode ser escalonada sem perda de qualidade, esta resolução independente é fundamental para se aproveitar toda a resolução que é aplicada em um RIP de fotolito e CTP, que pode variar de 2400 a 4000 dpis para os vetores (apenas para vetores, as imagens usam pixels e estão atrelados a lineatura, não confundir).

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Sangrias: uma regra existente para qualquer objeto que tocam canto da pagina, é que ela ultrapasse de 3 a 5 mm para fora da pagina a fim de se evitar linhas brancas após o corte dos excessos, programas de imagens não tem esta configurações e nem suportam isso, uma saída é se trabalhar com linhas guias que teria que ser colocadas manualmente, o que demanda tempo e nem sempre é pratico, pois no programa que vai ser importado (estes programas não tem suporte a fechamento profissional) não vai reconhecer estas linhas como sangria.

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Na área gráfica temos um workflow bem definido, nos programas do Adobe cada programa tem uma função definida e para o DTP funciona da seguinte forma:
Imagens = Photoshop
Vetores = Illustrator
Composição destes dois tipos de objetos = Indesign

Obs.: para a área de embalagem normalmente se utiliza a junção de Photoshop e Illustrator, pois a inserção de layouts em faca gráfica é mais lógica.

Nos Programas da canadense Corel temos o Coreldraw que trabalha com o Corel Photopaint que é o seu editor de imagem, mas nada impede de ser utilizado o Photoshop no lugar, mas por ser de outra empresa algumas funções terão que ter cuidados extras no ato de importar.

Estes são os programas mais utilizados ultimamente na área gráfica, não se esquecendo de outros que estão mais atrelados a um nicho específico que são o Artpro, Quark Express Publisher entre outros.

Resumindo: utilizar um programa para outra finalidade que não à programada para ele, no mínimo é amadorismo ou mesmo desconhecimento técnico da área, acarreta erros no processo de finalização e muito dificilmente atingirá a qualidade que um programa criado e aperfeiçoado para tal fim, hoje estamos na era da informação, com a internet disseminando tutoriais que ensinam a fazer pelo jeito “mais fácil” e não pelo “jeito certo”, um profissional sério procura entender como funciona todo o processo, e se encarrega de utilizar a ferramenta correta para tal.

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Sobreposição de Preto

Porque usar?

Por melhor e mais moderna que seja a impressora offset e pura as tintas utilizadas, ainda existem barreiras mecânicas que não foram ultrapassadas, uma delas é a necessidade de se utilizar a “SOBREPOSIÇÃO DE PRETO”.

Esta sobreposição tem por finalidade evitar com que fiquem cantos brancos em volta de fontes e objetos escuros aplicadas sobre imagens ou cores chapadas melhorando a sua nitidez e contraste já que esta sobreposição tona mais escuro a cor por conta da junção das cores adjacentes.

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Existem duas formas de se aplicar a sobreposição de preto:

1º aplicando diretamente no objeto ou texto, mas é apenas recomendado para artes com finalidades muito específicas ou que não conseguem ser aplicadas automaticamente.

2º aplicando no fechamento do arquivo, na caixa de dialogo das configurações, existe a opção de se aplicar a sobreposição de preto e também de ignorar as aplicações anteriormente feitas, esta é a melhor maneira, pois automatiza todo o processo, evitando que se esqueça de um ou outro objeto, só ficando atento que a sobreposição de preto somente é aplicada a objetos que tenham 100% de tinta na cor preto (K), qualquer outra porcentagem em outra cor ou de 99% ou menos para o preto ela não é aplicada automaticamente.

Cuidados:

A sobreposição é um grande aliado a qualidade, mas depende de certos cuidados a serem tomados que são:

1º O BRANCO NÃO PODE SER SOBREPOSTO, isso faz com que ele simplesmente DESAPAREÇA da arte no ato do fechamento, normalmente acontece quando se forçou a sobreposição em uma cor escura e no meio do processo de criação foi trocada por branco.

2º A sobreposição de cores PANTONE resultará em uma cor diferente da vista no monitor.

Outras funcionalidades

Existe uma maneira de aplicar uma sobreposição sem precisar utilizar nenhuma ferramenta ou efeito no arquivo apenas aplicando juntamente as cores adjacentes abaixo (imaginemos que as cores são estão em camadas), isso é indicado quando se tem cores chapadas ou que tenham semelhanças.

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Outro “macete” em se utilizar cores extras é para fazermos ao contrario, de não sobrepor, em um situação onde se tem uma imagem e um texto com fontes grandes em preto (normalmente ele será sobreposto) só que não queremos que a imagem abaixo não interfira na cor preta, então no caso “calçamos” para justamente evitar esta sobreposição ao mesmo tempo em que tornamos o preto mais preto e homogêneo.

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Montagem e Sangrias

Paginas

Para se reduzir custos e diminuir o tempo de impressão normalmente são montadas varias folhas ao mesmo tempo, cada maquina offset tem sua limitação tanto de tamanho (área de tinta) como pinça (espaço reservado onde é puxada a folha), por isso é tão importante que a montagem do arquivo seja personalizada para cada arquivo e para cada cliente.

Um dos erros mais comuns é a ajustar a pagina ao tamanho da folha que vai ser impressa, e colocar a arte dentro dela fazendo com que registros e linhas de corte não sejam impressas, pois o programa automaticamente coloca para fora dela.

Sangrias

Outro erro comum é não configurar um pequeno avanço da arte para fora da pagina, esta que é conhecida como “sangria”, ela é importante, pois existe uma variação na hora que se é refilado (cortado) a pagina depois de impresso para se retirar as escalas de cor, marcas de registro e de densidade, esta variação normalmente não passa de 3 a 5 mm e por este mesmo motivo os textos e objetos importantes da arte não devem ficar menos que 5 mm da borda.

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Montagem

Para que o programa possa fazer montagens é fundamental que a pagina esteja no tamanho final e que não existam nenhuma marca na arte (registro, corte densidade…) que sejam feitos manualmente, pois no caso de pdfx é inserida a informação do tamanho real da pagina e da sangria para que programas de imposição automaticamente reconheçam e se ajustem a elas.

Boneca da montagem

Para facilitar o entendimento e se colocar visualmente como será esta montagem, existe uma maneira muito pratica que tanto serve para arquivos fechados (.pdf) como para abertos (.ai .cdr ) é se utilizar uma pequena boneca (mockup) utilizando linhas e quadrados e números de paginas, setas são utilizadas para mostrar para que lado esta a “cabeça” (topo) que logicamente esta inverso ao “pé” (base) da arte, também se é utilizado uma indicação se é corte seco (sem espaço) ou corte duplo (com espaço) que pode variar entre 2 a 5mm mas nada impede de ser com outras medidas.

Estas “bonecas” podem ser inseridas do lado de fora da pagina do arquivo aberto (.cdr .ai) ou em uma imagem (.jpg) no caso de arquivos fechados (.pdf) e obrigatoriamente a indicação da pagina deverá seguir a ordem do pdf (nunca utilizar a numeração da arte, pois podem não ser a mesma do arquivo).

No exemplo abaixo seria utilizado o conhecido “pé com pé” porque a pagina 2 do documento seria invertida fazendo com que as duas bases ficassem juntas, apenas separadas por um corte duplo de 5mm na horizontal e na vertical.

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Importante:

Sempre utilizar a numeração do documento e não da arte.
A montagem deverá acompanhar a mesma orientação da arte.
O impositor do Corel tem a limitação de apenas fazer pé com pé ou cabeça com cabeça, para que se obtenha o mesmo resultado de outra forma, é necessário que se altere a disposição da arte.
Paginas de tamanhos diferentes acarretam erros em marcas de corte.

 

Fontes

Um dos maiores índices de problemas que ocorrem em artes enviadas de um cliente para um prestador de serviços gráficos são as fontes, hoje no mercado existem três tipos mais utilizados que são:

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Por ser um arquivo extra, muitos clientes acabam por esquecer-se de enviar junto com a arte ou de converter em curvas, para se poder preservar a sua aparência, os programas voltados para a área de impressão normalmente dão 2 opções mais usuais:

1º CONVERTER EM CURVAS:

Para artes que contenham pequenas massas de texto esta é a solução mais indicada, mas mantenha sempre uma copia original pois após a conversão não é possível a edição posterior

2º ENVIAR AS FONTES

É a solução indicada caso se tenha que fazer alguma edição ou se tenha uma massa muito grande de textos como em livros e revistas, hoje os programas mais renomados já fazer uma coleta de todo material e criam um “pacote” que normalmente contem a arte, fontes e links (imagens e vetores) vinculados externamente a arte e normalmente fazem um checklist de todos os problemas encontrados ante de criar uma pasta ou arquivo compactado pronto para ser enviando.

CUIDADOS COM A CONVERSÃO:

Fontes quando editáveis são quase um plugin dentro de um programa de editoração, ela é otimizada para uma grande quantidade, quando se converte em curvas se quebra esta otimização e se transforma em uma grande massa de vetores e consequentemente de pontos de curvas de bezier, o excesso destes pontos de curva podem deixar sua arte de difícil manipulação e pode ate causar problemas na saída do seu Fotolito ou CTP.

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Kerning

É o ajustamento do espaço entre letras (em particular aquelas que precisam se ajustar oticamente quando juntas, como AV, Te, To, Va, vo), aplicado para fazer com que as letras fiquem com melhor aparência, existem centenas de milhares de combinações de letras possíveis, e o kerning precisa ser aplicado em contexto com palavras inteiras, não apenas em pares de letras, por isso é tão importante pois assim é evitado de que se crie “buracos” em textos e cada fonte tem um espaçamento próprio em relação a fonte adjacente o que raramente é encontrado em fontes gratuitas na internet.

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