O Programa certo para sua finalidade

Com a popularização e a acessibilidade de diversos programas gráficos, hoje praticamente qualquer pessoa pode criar layouts para Publicação, Web e Vídeo, muitos programas acabam convergindo entre estas áreas por terem muito em comum ou que se complementam em algum estagio de sua criação, por esta diversidade hoje em dia esta se criando um sério problema de se acabar utilizando programas que foram planejados para uma função sendo utilizado para outro totalmente diferente, pegamos um exemplo muito atual: o Photoshop.

O Photoshop foi criado com o intuito de se manipular imagens, criar layouts para web ou para impressão digital onde será impressa sem utilizar-se dos passos convencionais do offset, mas ai que mora o perigo, quando utilizado para este fim encontramos diversos problemas que o operador de pré-impressão vai ter que amenizar, mas que vai custar tempo e não se vai chegar a uma qualidade esperada, ficando abaixo do que um programa que realmente foi projetado para este fim.

Os problemas:

existem vários pré-requisitos para poder se finalizar um arquivo que um programa feito para imagem não tem, que são:

Sobreposição de preto: programas de vetores e de DTP esta função é quase que nativa, pois normalmente o texto em vetor ou em fonte tem que ser sobreposto (quando em preto 100% K) para que na separação da chapa não fique com filetes brancos em volta do mesmo, fazendo com que a leitura seja seriamente prejudicada. Neste programa (photoshop) existem maneiras de se fazer esta sobreposição, mas ela demanda um tempo considerável, pois terá que ser aplicada um a um, e em certos casos fica inviável.

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Vetores: uma das maiores inovações do DTP, quando feito em um computador, foi à criação de vetores, isto é, imagens geradas a partir de cálculos matemáticos que não estão associadas a uma resolução fixa, ela pode ser escalonada sem perda de qualidade, esta resolução independente é fundamental para se aproveitar toda a resolução que é aplicada em um RIP de fotolito e CTP, que pode variar de 2400 a 4000 dpis para os vetores (apenas para vetores, as imagens usam pixels e estão atrelados a lineatura, não confundir).

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Sangrias: uma regra existente para qualquer objeto que tocam canto da pagina, é que ela ultrapasse de 3 a 5 mm para fora da pagina a fim de se evitar linhas brancas após o corte dos excessos, programas de imagens não tem esta configurações e nem suportam isso, uma saída é se trabalhar com linhas guias que teria que ser colocadas manualmente, o que demanda tempo e nem sempre é pratico, pois no programa que vai ser importado (estes programas não tem suporte a fechamento profissional) não vai reconhecer estas linhas como sangria.

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Na área gráfica temos um workflow bem definido, nos programas do Adobe cada programa tem uma função definida e para o DTP funciona da seguinte forma:
Imagens = Photoshop
Vetores = Illustrator
Composição destes dois tipos de objetos = Indesign

Obs.: para a área de embalagem normalmente se utiliza a junção de Photoshop e Illustrator, pois a inserção de layouts em faca gráfica é mais lógica.

Nos Programas da canadense Corel temos o Coreldraw que trabalha com o Corel Photopaint que é o seu editor de imagem, mas nada impede de ser utilizado o Photoshop no lugar, mas por ser de outra empresa algumas funções terão que ter cuidados extras no ato de importar.

Estes são os programas mais utilizados ultimamente na área gráfica, não se esquecendo de outros que estão mais atrelados a um nicho específico que são o Artpro, Quark Express Publisher entre outros.

Resumindo: utilizar um programa para outra finalidade que não à programada para ele, no mínimo é amadorismo ou mesmo desconhecimento técnico da área, acarreta erros no processo de finalização e muito dificilmente atingirá a qualidade que um programa criado e aperfeiçoado para tal fim, hoje estamos na era da informação, com a internet disseminando tutoriais que ensinam a fazer pelo jeito “mais fácil” e não pelo “jeito certo”, um profissional sério procura entender como funciona todo o processo, e se encarrega de utilizar a ferramenta correta para tal.

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Sobreposição de Preto

Porque usar?

Por melhor e mais moderna que seja a impressora offset e pura as tintas utilizadas, ainda existem barreiras mecânicas que não foram ultrapassadas, uma delas é a necessidade de se utilizar a “SOBREPOSIÇÃO DE PRETO”.

Esta sobreposição tem por finalidade evitar com que fiquem cantos brancos em volta de fontes e objetos escuros aplicadas sobre imagens ou cores chapadas melhorando a sua nitidez e contraste já que esta sobreposição tona mais escuro a cor por conta da junção das cores adjacentes.

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Existem duas formas de se aplicar a sobreposição de preto:

1º aplicando diretamente no objeto ou texto, mas é apenas recomendado para artes com finalidades muito específicas ou que não conseguem ser aplicadas automaticamente.

2º aplicando no fechamento do arquivo, na caixa de dialogo das configurações, existe a opção de se aplicar a sobreposição de preto e também de ignorar as aplicações anteriormente feitas, esta é a melhor maneira, pois automatiza todo o processo, evitando que se esqueça de um ou outro objeto, só ficando atento que a sobreposição de preto somente é aplicada a objetos que tenham 100% de tinta na cor preto (K), qualquer outra porcentagem em outra cor ou de 99% ou menos para o preto ela não é aplicada automaticamente.

Cuidados:

A sobreposição é um grande aliado a qualidade, mas depende de certos cuidados a serem tomados que são:

1º O BRANCO NÃO PODE SER SOBREPOSTO, isso faz com que ele simplesmente DESAPAREÇA da arte no ato do fechamento, normalmente acontece quando se forçou a sobreposição em uma cor escura e no meio do processo de criação foi trocada por branco.

2º A sobreposição de cores PANTONE resultará em uma cor diferente da vista no monitor.

Outras funcionalidades

Existe uma maneira de aplicar uma sobreposição sem precisar utilizar nenhuma ferramenta ou efeito no arquivo apenas aplicando juntamente as cores adjacentes abaixo (imaginemos que as cores são estão em camadas), isso é indicado quando se tem cores chapadas ou que tenham semelhanças.

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Outro “macete” em se utilizar cores extras é para fazermos ao contrario, de não sobrepor, em um situação onde se tem uma imagem e um texto com fontes grandes em preto (normalmente ele será sobreposto) só que não queremos que a imagem abaixo não interfira na cor preta, então no caso “calçamos” para justamente evitar esta sobreposição ao mesmo tempo em que tornamos o preto mais preto e homogêneo.

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Montagem e Sangrias

Paginas

Para se reduzir custos e diminuir o tempo de impressão normalmente são montadas varias folhas ao mesmo tempo, cada maquina offset tem sua limitação tanto de tamanho (área de tinta) como pinça (espaço reservado onde é puxada a folha), por isso é tão importante que a montagem do arquivo seja personalizada para cada arquivo e para cada cliente.

Um dos erros mais comuns é a ajustar a pagina ao tamanho da folha que vai ser impressa, e colocar a arte dentro dela fazendo com que registros e linhas de corte não sejam impressas, pois o programa automaticamente coloca para fora dela.

Sangrias

Outro erro comum é não configurar um pequeno avanço da arte para fora da pagina, esta que é conhecida como “sangria”, ela é importante, pois existe uma variação na hora que se é refilado (cortado) a pagina depois de impresso para se retirar as escalas de cor, marcas de registro e de densidade, esta variação normalmente não passa de 3 a 5 mm e por este mesmo motivo os textos e objetos importantes da arte não devem ficar menos que 5 mm da borda.

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Montagem

Para que o programa possa fazer montagens é fundamental que a pagina esteja no tamanho final e que não existam nenhuma marca na arte (registro, corte densidade…) que sejam feitos manualmente, pois no caso de pdfx é inserida a informação do tamanho real da pagina e da sangria para que programas de imposição automaticamente reconheçam e se ajustem a elas.

Boneca da montagem

Para facilitar o entendimento e se colocar visualmente como será esta montagem, existe uma maneira muito pratica que tanto serve para arquivos fechados (.pdf) como para abertos (.ai .cdr ) é se utilizar uma pequena boneca (mockup) utilizando linhas e quadrados e números de paginas, setas são utilizadas para mostrar para que lado esta a “cabeça” (topo) que logicamente esta inverso ao “pé” (base) da arte, também se é utilizado uma indicação se é corte seco (sem espaço) ou corte duplo (com espaço) que pode variar entre 2 a 5mm mas nada impede de ser com outras medidas.

Estas “bonecas” podem ser inseridas do lado de fora da pagina do arquivo aberto (.cdr .ai) ou em uma imagem (.jpg) no caso de arquivos fechados (.pdf) e obrigatoriamente a indicação da pagina deverá seguir a ordem do pdf (nunca utilizar a numeração da arte, pois podem não ser a mesma do arquivo).

No exemplo abaixo seria utilizado o conhecido “pé com pé” porque a pagina 2 do documento seria invertida fazendo com que as duas bases ficassem juntas, apenas separadas por um corte duplo de 5mm na horizontal e na vertical.

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Importante:

Sempre utilizar a numeração do documento e não da arte.
A montagem deverá acompanhar a mesma orientação da arte.
O impositor do Corel tem a limitação de apenas fazer pé com pé ou cabeça com cabeça, para que se obtenha o mesmo resultado de outra forma, é necessário que se altere a disposição da arte.
Paginas de tamanhos diferentes acarretam erros em marcas de corte.

 

Você conhece o flatten ou achatamento !!?

Todos os efeitos (lentes, transparências, etc…) que são aplicados em uma arte estão vinculados ao programa que o gerou, dentro da própria plataforma isso não é um problema, mas quando se tem que migrar para outro computador, outra extensão (.ps, .pdf) e ser processado por outro programa novamente (RIP) as chances de se ocorrerem problemas aumentam.
Para minimizar ou relativamente eliminar falhas é necessário que se prepare o arquivo e isso se chama flatten ou achatar
O modo mais seguro e rápido de se fazer isso é separar por camadas o que contem efeitos e o que é vetor puro, colocando os vetores nas camadas superiores e imagens, efeitos e transparências na camada inferior e convertendo em 1 única imagem, (obs: imagens pequenas longe uma da outra é interessante que sejam convertidas separadas, o bom senso do arte-finalista é fundamental nesta hora) não se esquecendo que dependendo de sua resolução de saída existe uma tabela de conversão:

Como podemos notar a maior resolução aceitável para imagens é 400 DPIs (dots per inch ou pontos por polegada) no caso se utilizar 200 LPIs (lines per inch ou linhas por polegada) mas normalmente utilizamos para a impressão off set 150 LPIs o que faz que a resolução indicada para a maioria dos trabalhos seja 300 DPIs.
Os vetores puros (ou sem efeitos) deverão ser preservados ao máximo e principalmente em textos pois convertendo em imagem (salvo se tiver efeitos) se perde uma das grandes vantagens de se utiliza-los que é sua borda nítida independente da sua resolução de saída.

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A melhor maneira de se deixar um arquivo seguro é deixa-lo o mais simples possível, isso facilita na revisão final e torna ele mais enxuto para a transferência pela intenet, sempre desconfie de arquivos pessados em excesso, isso é um indicio de que algo esta fora dos padrões.

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